segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Casados com Paris, de Paula McLain

Comecei a ler esse livro achando que ia ser um grande passeio pela Paris dos anos 20, 30. Not so much... Na verdade, é um livro que trata do relacionamento do Hemingway com a primeira mulher, Hadley. Eles moram por grande parte do tempo em Paris, onde ele conhece grandes personalidades da época, como Gertrude Stein, Fitzgerald, e vários outros que não ficaram tanto para a posteridade, pelo menos não para mim.
É um retrato da vida louca dos artistas, sendo que o Hemingway, pela descrição da mulher, parecia ser um dos menos loucos de todos! A loucura de escrever, todos os sentimentos dissecados e analisados ao máximo, mas sem nenhuma menção a Freud. A loucura da bebida, mas sem muita droga, pelo menos segundo Hadley... A loucura dos relacionamentos...

Uma das coisas que mais me impressionou é ver como, na época, a vida era simples. Eles quase não tinham grana, moravam mal, viviam de uma parca herança da Hadley (antes do Hem começar a fazer sucesso), mas viajavam em todas as férias. Parece que passavam cada estação do ano em um lugar diferente, na Bretanha, nos Alpes, na Riviera, bem mais ou menos. O café da manhã já era acompanhado por um apertivo, tudo regado a muita bebida, caviar e salmão! E a babá estava sempre a tiracolo, acompanhando nas viages e tudo.

*** SPOILER***
Só fiquei um pouco decepcionada com o subtítulo do livro "A história de amor e traição do jovem casal Hemingway". De amor, o livro realmente tem bastante. Mas a traição permeia a história simplesmente como um fantasma, uma possibilidade que assombra a Hadley, mas que só vai se consumar nas páginas finais. Resumo, passei o livro inteiro na expectativa da traição, que só aconteceu nos últimos capítulos e, sim, mudou a vida deles!
***

Gostei e indico, novamente com ressalvas. Não é para todo mundo. É mulherzinha, mas sem o Happy End tradicional. Até tem um final feliz para a Hadley, mas um pouco fora dos padrões.

sábado, 27 de agosto de 2011

Querido John, de Nicholas Sparks

    Há tempos que vejo os livros do Nicholas Sparks na Laselva dos aeroportos, mas nunca me animei a comprar, até a penúltima viagem para São Paulo. Comprei e comecei logo no avião. Para variar, passei a ponte aérea toda acordada, lendo o livro. É um romance bobo, mas que prende e faz chorar (confesso!). Embora eu nunca tenha lido, minha impressão é que é uma Nora Roberts de calças.
    Para começar, a garota do livro é morena e a menina da capa, e do livro, é loura. Deu uma certa implicância, mas nada grave. O que deu muita implicância mesmo foram os erros constantes de ortografia e concordância no livro. Tenho vergonha dessas editoras! Entendo que passe um ou outro erro, mas esse livro é inaceitável!
    O livro fala do relacionamento de um rapaz, do exército, e uma jovem americana, virgem e religiosa. Eles se amam, se entendem e ela entende, inclusive, o pai dele, que nem ele mesmo entendia. Achei a história do pai e seu desfecho um dos pontos altos do livro. Por mim, eu parava por aí.

*** Spoilers
     Mas aí ele tem que regressar para a Alemanha. Vem o 11 de setembro e ele não volta para casa. Ela, decepcionada, decide seguir em frente, move on, e não espera por ele. A partir daí, o livro só termina. Ele volta, conhece todo o drama da nova vida dela, vê que eles ainda se amam, e vai embora. Mas a gente chora!
***

     Uma das passagens do livro de que mais gostei é quando ele conta sobre a guerra. Primeiro, as pessoas não querem saber da guerra, não querem saber quantos corpos ele viu boiando em poças de sangue, quantas famílias ele matou, quantos amigos ele viu morrer. Então, John tinha uma história padrão da guerra para contar, sobre como a areia parecia penetrar em tudo, nos olhos, na boca, nas armas, nos ouvidos, no cabelo. Quando ele chegava ao abrigo, à noite, parecia que ainda sentia a areia espessa na boca.

     Recomendo o livro, mas com ressalvas. Tem que gostar de um dramalhão e querer um livro para esvaziar a cabeça!

Getting started

     Talvez por causa da minha memória ruim, sempre tive vontade de manter anotações dos livros que já li, incluindo minha opinião sobre eles e alguns comentários adicionais. Afinal, depois de algum tempo, não muito, eu já não lembro mais da história, de nada mesmo. Não sei se alguém morreu, se o casal terminou junto, se teve filho, quem matou... É um desastre! Às vezes, não lembro nem da história, sequer sei dizer do que se tratava.
     No colégio, eu devia ter uns 16 anos, li Rebecca, de Daphne du Maurier. Hoje, realmente não sei contar nada sobre a história. Só lembro de uma cena, mesmo assim ficou bem embaçada com o tempo, em que a Rebecca está na janela da casa enorme, observando alguém lá embaixo. Ou está sendo observada por alguém.
    Enfim, i proved my point. Então, a partir de agora, os livros que eu ler terão um resuminho aqui no blog. Gostaria de fazer uma retrospectiva, pelo menos daqueles dos quais ainda me lembro, mas não garanto nada.
    Ainda não sei como será a divisão e categorização dos livros: se por estilo, autor, nacionalidade, qualidade... Mas isso pode sempre ir mudando de acordo com o amadurecimento do blog.
    Então, depois das viagens, chegou a vez dos livros!