quarta-feira, 16 de maio de 2012

Livros voam

Adoro a ideia de que livros voam! Livros não são para ficarem parados, enfeitando estante. Primeiro, são para serem lidos, depois para serem passados adiante. Quanto mais gente desfrutar do mesmo livro, melhor!

Então, sempre que a casa passa por uma arrumação, os livros são um dos itens que vão embora. Esclareço que não é por falta de carinho, é só falta de apego mesmo. Afinal, sinceramente, vai se apegar a livro? Tem livros que eu li e adorei, como A Sombra do Vento e Do Amor e Outros Demônios, por exemplo. Tanto é que, das primeiras vezes em que fiz os livros voarem, fiquei com pena de incluir esses e mantive ambos na estante. Para quê? De lá para cá, nem toquei nesses livros... Nem abri, nem cherei, muito menos reli. Então, dessa vez, todos vão voar.


E eis alguns dos livros que vão voar!

- Bestiário: lido, bom, aproveitado, cheio de anotações
- One Day: lido, chato, presente da Rapha de Londres
- Historias Desaforadas: livro de contos de autor argentino, menos conhecido, mas muito bom, lido
- A Chave de Casa: lido, ótimo, recomendo (acho que só lembro bastante dele porque foi escrito por uma ex-aluna da PUC e uma das histórias tem um professor como personagem - ao menos é o que dizem as más línguas.)
- Leite Derramado: lido, bom, não lembro...
- Deus um Delírio: do Dani, tentei duas páginas, desisti rapidinho
- Quem matou Daniel Pearl?: do Dani, nem me interessou
- Do Amor e Outros Demônios: lido, ótimo, icônico
- Lula é Minha Anta: lido, politiquinho, blerg
- Odisseia: acho que li na faculdade, não lembro se inteiro ou partes
- Quando Nietzche Chorou: lido, ótimo
- Gomorra: do Dani, não me interessou muito, vi o filme
- Cultura da Convergência: tentei, mas é quase livro didático. Sem um objetivo maior, não dá!
- A Menina que Roubava Livros: lido, ótimo
- A Sombra do Vento: lido, ótimo, mais que ótimo, merece uma visita a Barcelona
- O Andar do Bêbado: do Dani, não me interessou muito

One Day, de David Nicholls


Nada como insistir e insistir num livro chato até, finalmente, desistir!
Não vi o filme e, sinceramente, não imagino como possa ser pior que o livro, afinal ele dura apenas 2 horas! Se One Day fosse um livro para ser lido em duas horas (ou até dois dias, ou até mesmo duas semanas), daria para o gasto, mas é arrastaaado!

Bem, pelo menos, foi o que eu achei, claro! Afinal, conheço pessoas que amam e defendem fervorosamente a pobre Emma, contra o péssimo Dexter. Mas falamos deles daqui a pouco.

A ideia do livro é genial. Cada capítulo conta um dia na vida do casal (casal só porque são dois, homem e mulher) em um ano. O capítulo seguinte não retoma de onde o anterior parou. Ele recomeça com o mesmo dia do ano seguinte. O conceito é bem legal: ir acompanhando a evolução da vida e do relacionamento dos dois.

Mas, na parte que li, resume-se ao seguinte: dois adolescentes chatos e perdidos, um rico burrinho e uma sem grana e super inteligente, um que sabe aproveitar a vida (e tem fundos para isso) e outra que acaba se metendo nos piores bicos para sobreviver, um que curte a vida, outra que vive sofrendo, com altas crises de autocomiseração. Nem preciso dizer que gostei mais do Dexter, né?!

Me disseram que ele era o maior filho da mãe e tal. Não cheguei a essa parte, graças a Deus! E é com muito orgulho que finalmente, depois de meses e meses de tentativas frustradas, abandono One Day e parto para o próximo.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Marina, de Carlos Ruiz Zafón


Depois de um, dois, três livros começados e largados, nada como um romance fantástico ambientado em Barcelona para me fazer chegar até o fim. Confesso que não foi difícil, afinal o livro era curto, mas acho que a minha atenção está diminuindo um pouco... Só que isso não vem ao caso.
A escolha do livro já foi bem no clima Zafón. Gosto de comprar livro no aeroporto e estava na Laselva quando vi uma capa em preto e branco, com ares de brumas e mistérios, com o nome do Zafón lá em cima. Não me liguei no título. Se meus olhos leram, meu cérebro não registrou. Comprei só pelo autor, afinal eu adorei "A Sombra do Vento".
Sentei para aguardar o embarque, abri o livro e comecei a ler a orelha, só aí percebi que o título era Marina, o nome da minha unborn child (se for menina!). Colocando de lado o início fantástico, comecei a ler o livro, que é o ápice do fantasioso e sombrio.
É muito bom, mas tem que ter estômago para imaginar as cenas e as coisas que ele descreve. O livro se autoentitula infantojuvenil. Confesso que não daria isso para uma criança, não mesmo.
Gostei, mas recomendo antes, sem sombra de dúvida, "A Sombra do Vento". Não é a toa que foi o primeiro livro dele publicado por aqui. Esse também é bom, e é curto, mas preparem-se!

*** SPOILER ***
As criaturas deformadas que ganham vida das mãos de Kolvenic parecem assustadoras. Não gosto muito dessas coisas, fico muito impressionada... Acho tudo um pouco desnecessário. Não consigo nem imaginar um filme baseado nesse livro. Certamente seria um filme de terror. Além disso, a Marina, uma personagem doce, mas cheia de mistérios, morre no final, o que dá um ar bem triste ao desfecho do livro.
***